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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Governo britânico livera mais arquivos OVNI


Seguindo a primeira liberação em maio deste ano, o governo britânico continua a divulgar arquivos antes secretos sobre OVNIs, contando com os esforços do cético acadêmico David Clarke, o especialista apresentado no clipe acima, que nesta leva de 19 arquivos também apresenta um guia (PDF) e um vídeo (ambos em inglês).

Mais detalhes sobre o “avião que quase colidiu com um OVNI” ou o piloto de caça que foi ordenado a atirar contra um alvo não-identificado, assim como um deslize do Jornal Nacional, na continuação.

O deslize: a imagem em preto e branco (ou melhor, azul e branco) de bolas luminosas entre nuvens que pode ser vista no clipe acima, e que é a mais impressionante do segmento, não faz parte destes arquivos, nem é britânica, e nem são OVNIs.

O vídeo é na verdade do caso mexicano de Campeche de 2004, onde os “OVNIs” foram conclusivamente identificados como plataformas petrolíferas. Difícil de engolir? Confira os vídeos.

Agora, aos arquivos britânicos.

DEFE 24/1955/1

Apesar do número de registro (1955), o caso do avião da Alitalia ocorreu em junho de 1991, quando algo descrito como um “projétil sem asas passando por baixo e à esquerda da aeronave” foi visto por tripulantes de um 737, que relataram o episódio às autoridades.

O mais curioso é que durante a investigação do incidente, outro relato de outro 737, desta vez da Brittania Airways, chegou dando conta de um “objeto pequeno alongado e preto” passando rapidamente a pouca distância da aeronave. Neste evento, a torre de controle confirmou um “contato primário” no radar.

Como Clarke comenta, as autoridades ficaram tão preocupadas com o OVNI no momento que avisaram a outro avião que estava descendo atrás do 737 que tomasse uma ação evasiva. A aeronave virou à esquerda para evitar o objeto não-identificado, que pareceu se dirigir ao avião mas depois se distanciou.

O capitão dessa segunda aeronave não viu o OVNI em si, contudo. O incidente foi oficialmente relatado como uma quase colisão, e os investigadores foram incapazes de explicar o que havia sido visto ou detectado pelo radar. Sugeriram que talvez fosse um balão, mas o caso foi encerrado sem que encontrassem uma solução.

Permanecem OVNIs. O arquivo completo sobre o caso pode ser baixado em DEFE 24/1955/1 (PDF 36.8 Mb)

DEFE 24/1931/1

Segundo Clarke o caso “mais impressionante” na coleção apresentada agora, aconteceu em um dos auges da Guerra Fria, em 1956 ou 57, mas só emergiu na década de 1980, porque a testemunha era Milton Torres, um piloto americano de prontidão na RAF, que manteve silêncio por 32 anos.

Em alerta 24 horas para interceptar ataques soviéticos, logo depois da crise de Suez, a ordem chegou ao redor da meia-noite: ele devia ir atrás de um objeto a 32.000 pés de altura que já estava sendo observado há algum tempo no radar fazendo movimentos misteriososos.

Guiado até a posição verificada no radar em terra, quando chegou a pouco mais de 20 quilômetros do alvo, seu próprio radar detectou o OVNI. Ele se voltou para ele, mas não pôde vê-lo a olho nu. Ainda assim, o objeto tinha um sinal de radar muito intenso, tão claro quanto o de um gigantesco bombardeiro B-52, ele contou depois.

O que aconteceu então é notável. Ordernaram que ele descarregasse todo seu armamento de mísseis – 24 no total – sobre o alvo. Havia o retorno de radar, e mesmo que ele não pudesse vê-lo, bastaria atirar.

Torres ficou assustado com a ordem, já que nunca havia abatido nenhuma aeronave, muito menos uma não-identificada. Solicitou confirmação da terra, e em alguns segundos, a recebeu. Devia mesmo atirar.

Mas enquanto ele manobrava para atacar, o objeto no radar começou a se mover e logo desapareceu dos radares, tanto do avião quanto em chão, a grande velocidade. Torres retornou e a missão acabou.

Se bem que a bizarra história não termina aí. No dia seguinte o piloto recebeu a visita de outro americano, que Milton acredita ter sido de uma agência de segurança nacional. O homem lhe disse que o que ele havia visto no radar era altamente secreto e que ele não deveria contar sobre aquilo para ninguém, sob pena de jamais voar outra vez. E Milton Torres não falou nada por 32 anos.

O caso foi notícia em 1988, quando ele finalmente falou, e quando ufólogos tentaram investigar o incidente, receberam a resposta do MoD britânico de que “infelizmente” todos os arquivos OVNI anteriores a 1962 haviam sido destruídos. A Força Aérea Americana também declarou não ter registros do evento.

“Não há dúvida de que algo muito incomum aconteceu naquele dia”, escreve Clarke. “Era mesmo um OVNI? Era algum tipo de aeronave soviética, e se era, quem deu ordens de atirar e por quê?”.

O pesquisador britânico menciona ainda outra explicação possível. “O piloto pode ter sido envolvido em algum tipo de experimento envolvendo guerra eletrônica. Sabemos hoje, uma vez que a CIA o admitiu, que eles possuíam um programa nos anos 1960 chamado Palladium, que envolveu criar aeronaves fantasmas em radares, [para enganar os russos]”.

“Assim há uma possibilidade remota de que o que o piloto viu era um experimento em guerra eletrônica. Ou talvez fosse um OVNI”, admite Clarke.

O arquivo completo sobre o caso pode ser baixado em DEFE 24/1931/1 (PDF 38.4 Mb). O relato de Torres também pode ser visto, em inglês, no Ufocasebook (role até o meio). Já é de fato conhecido desde 1988 pelos ufólogos.

MAIS

Confira a página oficial dos National Archives para a mais recente leva, com páginas sem fim documentando os dezenove incidentes. Como notamos no início, é a segunda parte de uma iniciativa do governo de liberar todos seus cerca de 200 arquivos sobre o tema, e que deve se estender ainda pelos próximos quatro anos. Há mais por vir, embora todos os arquivos já tenham sido revisados por Clarke, e não haja nenhuma prova conclusiva de discos voadores em nenhum deles.

Ainda que haja um tanto a respeito de OVNIs, é bem verdade.

O sítio oficial de Clarke também é a fonte direta de informação sobre o assunto, mas no momento está fora do ar com a multidão de visitantes. Tente de novo em alguns dias.

Em tempo: no esboço de um ET visto no segmento exibido no Jornal Nacional, os alienígenas vêm do planeta… Amazonas.

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